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sábado, 13 de julho de 2013

Angústia a Falta da Falta


 
Em um contexto histórico a cena de Jesus no Horto das Oliveiras demonstra o quanto a angústia pode atingir o homem com seu máximo sofrimento o levando até mesmo a suar sangue, segundo a ciência isso é possível em um episódio de profundidade e intensidade na angústia é possível suar sangue visto que o aumento da frequência cardíaca pode acelerar e dilatar as veiar tendo como resultado o suor em sangue.
A angústia possui sintomas próprios como dispneia, tensão muscular, suor, tremores e palpitações, por exemplo. A psicologia, em suas distintas abordagens, possui visões diferentes a respeito do conceito de angústia.

Antes de iniciar a discussão sobre o conceito de angústia nas diferentes abordagens da psicologia, é necessário primeiramente o esclarecimento sobre o que realmente é a angústia. Muitas pessoas confundem e rotulam erroneamente a angústia com Síndrome do Pânico.

A Síndrome do Pânico, bem como a fobia, tratam-se do medo em relação a um objeto específico e, portanto, este objeto pode ser nomeado e falado.

 
De modo distinto, a angústia é terrível para o sujeito na medida em que não é causada nem direcionada a nenhum objeto específico, gira em torno de uma ausência, de um vazio, de uma impossibilidade de dizer.
        A angústia seria uma resposta psíquica a corporal a uma experiência de desamparo, frente a uma acumulação (excesso) de excitação que não pode ser descarregada por outras vias, a não ser pela via corporal, e é exatamente esta impossibilidade de reapresentação, a incapacidade de simbolização, ou a não interpretação pela palavra, que ocasionam os sintomas corporais observados na angústia.

Segundo a psicanálise Freudiana a angústia é a reação-sinal da perda de um objeto, perda do meio uterino no nascimento, perda da mãe, perda do amor do objeto e, acima de tudo, a perda do pênis, ou castração.

 
Segundo Lacan a angústia esta associada a falta de separação da mãe que, de modo oposto, para Freud a angústia estaria na separação da mãe. Para Lacan ainda, a castração está longe de ser a principal causa da angústia, como acreditava Freud, a castração seria de fato aquilo que salvaria o sujeito da angústia.

Lacan argumenta que o sofrimento da angústia é causado pela falta da falta, e não pela repressão. Vive-se em uma sociedade onde a perda e a falta são inaceitáveis, por isso busca-se novas aquisições a todo o tempo na esperança de que estas aquisições deem conta da falta, do vazio angustiante.

Em outra perspectiva temos as abordagens comportamentais e dentre elas a Análise do Comportamento.

Para a Análise do Comportamento, a predisposição para a ação é o resultado para as emoções e não um estado do organismo (Skinner, 1953; Holland e Skinner, 1961).

Zamignani e Banaco (2005) consideram que a ansiedade não se refere apenas a respostas respondentes de taquicardia, sudorese, alteração da pressão sanguínea, etc., como também respostas de fuga e esquivas estão relacionadas e aumentam a probabilidade e quando não reforçam os efeitos dos estímulos condicionais cessam a emissão de outras respostas operantes.

Ou seja, para um Analista do Comportamento, diferentemente de Psicanalistas, Cognitivistas, Psicanalistas ou Humanistas, em uma visão própria. A ansiedade não seria aquilo que ocorre dentro da pele do sujeito e nem a angústia, mas sim toda a relação que envolve tanto a situação “ansiógena” ou “angustiante” quanto as alterações no repertório do sujeito produzidas na situação.

A angústia em um segundo momento pode se tornar patologia, ou seja, doença, de modo que o problema surge quando a reação que se estabelece com objetos como: álcool, drogas, comida, trabalho ou sexo, é marcada pelo excesso, e é justamente esse excesso descarregado nestes objetos que podem se tornar transtornos como: Anorexia Nervosa, Bulimia, Vigorexia, Depressão, Dependência Química com álcool ou drogas que tem como base primeira a angústia, por isso é fundamental no Tratamento destes Transtornos a psicoterapia que tem como base trabalhar as causas do sofrimento primário e não os reflexos desta causa, por isso, muitos Transtornos como os relatados acima, tem como fundamento a angústia. Devem ser tratados com a percepção do excesso como também a relação em não saber lidar com a falta e a perda.

Um erro que pode ocorrer no tratamento da angústia poderia ser optar apenas por tratamento apenas com base de medicamentos, pois isso poderia alterar o padrão respondente, e isso não seria um meio de ensino de desempenho operante de enfrentamento, como também não aumentaria a efetividade de outros estímulos como reforçadores positivos.

 
 
No tratamento psicológico os pacientes tem a possibilidade de trabalhar as regras que o condicionam na vida a permanecer na angústia, com isso, o Analista deve olhar para a angústia, como para qualquer outra emoção, como um fenômeno comportamental complexo, e também, avaliar as alterações comportamentais envolvidas no episódio emocional para, programar intervenções clínicas que modifiquem toda a relação organismo-ambiente característica do episódio emocional e, durante o processo terapêutico, o paciente obtém ferramentas que proporcionam um melhor enfrentamento de sua angústia de modo que tenha uma vida psíquica saudável.

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