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quarta-feira, 4 de julho de 2018

Tratamento hormonal para “crianças transgênero” não tem suporte científico, revela estudo

Especialistas advertiram em uma pesquisa recente que resume 50 estudos independentes e revisados, que o uso experimental de “bloqueadores hormonais de puberdade” para tratar a “disforia de gênero” não tem suporte científico e poderia causar graves riscos em pacientes jovens.

A “disforia de gênero” é um diagnóstico psiquiátrico que prescreve uma discordância ou mal-estar com a corporalidade ou com o sexo biológico. A Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial da Saúde a classifica como “transtorno de identidade de gênero”; enquanto o recente Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais da Associação Norte-Americana de Psiquiatria especifica que esta experiência é acompanhada de “mal-estar clinicamente significativo ou decadência social, ocupacional ou em outras áreas importantes de funcionamento”.

Um caso conhecido é o da filha do casal de atores Angelina Jolie e Brad Pitt, que com apenas quatro anos, começou desde maio de 2017, um tratamento hormonal para “mudar de sexo” e tentar parecer com um menino.

“Há dez anos, a maioria dos médicos chamaria isso de negligência. Novos dados o converteram em protocolo para milhares de crianças norte-americanas. Nos últimos anos ficou claro, que se apoiamos estas crianças em suas identidades ‘transgênero’, em vez de tentar mudá-las, eles prosperaram em vez de combater a ansiedade e a depressão”, indicou em sua coluna no The New York Times, Jack Turban, um psiquiatra e pesquisador da Escola de Medicina de Yale que recebeu uma avalanche de reclamações por apoiar este tipo de tratamento.

Entretanto, um estudo publicado em 20 de junho no The New Atlantis, “Growing Pains: Problems Whit Puberty Suppression in Treating Gender Dysphoria” (Dores de crescimento: Problemas com a supressão da puberdade no tratamento de disforia de gênero), desafiou amplamente o modelo de tratamento defendido por Turban e muitos outros especialistas.

“À luz de muitas incertezas e desconhecimentos, seria apropriado descrever o uso de tratamentos que bloqueiam a puberdade para a disforia de gênero como experimentais”, indicou o estudo que, além disso, afirma que este tratamento é oferecido às crianças “sem as garantias habituais” deste tipo de terapias experimentais, tais como “ensaios clínicos cuidadosamente controlados, assim como estudos de seguimento em longo prazo”.

O estudo foi realizado por Paul Hruz, um endocrinologista pediatra e professor associado de biologia celular e fisiologia na Faculdade de Medicina da Universidade de Washington; e ajudaram-no Lawrence Mayer, professor de estatística e bioestatística na Universidade Estadual do Arizona; e o Dr. Paul McHugh, professor de psiquiatria e ciências comportamentais na Faculdade de Medicina da Universidade Johns Hopkins, e psiquiatra há 25 anos do Hospital Johns Hopkins.

“Os médicos devem ser cautelosos a respeito de abraçar as terapias experimentais em geral, mas especialmente aquelas que são destinadas às crianças, e devem evitar especialmente qualquer terapia experimental que não tem praticamente nenhuma evidência científica de eficácia ou segurança”, advertem os autores do estudo “Growing Pains”.

Em uma entrevista ao National Catholic Register, o Dr. Hruz reconheceu que as crianças que vivem uma incongruência com o sexo biológico “sofrem” e que a sua luta é um “desafio único” para os pais e médicos. Entretanto, ressaltou que a vulnerabilidade de uma criança representa a necessidade de uma avaliação rigorosa dos tratamentos.

“A conclusão é que há pouca evidência científica que apoia este tratamento como algo seguro e reversível. Não temos provas suficientes sobre a sua segurança, mas sim muitas boas razões para se preocupar com o dano”, indicou.

Segundo o estudo, “os modelos de tratamento que afirmam o gênero (preferido pelo paciente) às vezes se aplicam inclusive a crianças muito pequenas. Muitas vezes, a abordagem de ‘afirmação de gênero’ é seguida na juventude e na idade adulta por intervenções hormonais e cirúrgicas destinadas a fazer com que as aparências dos pacientes se alinhem mais estreitamente com a sua ‘identidade de gênero’ do que com o seu sexo biológico”.

Os defensores desta terapia confirmam que os pacientes prescritos com hormônios poderiam se tornar estéreis, mas o estudo “Growing Pains” adverte de potenciais riscos para a saúde dos pacientes mais jovens.

A alteração da puberdade em crianças tão jovens, como de 9 anos, poderia afetar o seu crescimento físico e a densidade óssea; portanto, os autores assinalam que é necessária uma maior investigação para estudar o impacto que causa no cérebro em desenvolvimento, entre outras preocupações.

Do mesmo modo, afirmam que a falta de dados concretos sobre as origens de disforia de gênero deveria levantar perguntas adicionais como: os médicos deveriam recomendar um tratamento quando eles têm tão pouca informação sobre as causas subjacentes da disforia de gênero e a sua persistência em uma minoria de pacientes?

Por exemplo, a pesquisa assinala que um influente estudo holandês realizado em 2011 sobre o uso desses remédios também revelou que cada paciente no estudo optou por continuar com o tratamento, um sinal de que finalmente se identificaram com o sexo oposto.

Entretanto, estudos anteriores descobriram que a condição não se manteve na maioria dos pacientes; além disso, o estudo “Growing Pains” expõe a possibilidade de que este modelo de tratamento esteja enviando mais pacientes jovens a um caminho de uma via única.

“A identidade de gênero para as crianças é elástica (ou seja, pode mudar ao longo do tempo) e plástica (ou seja, pode ser moldada por forças como a aprovação dos pais e as condições sociais)”.

“Se o uso cada vez maior de terapias de ‘afirmação de gênero’ faz com que as crianças persistam na sua identificação com o sexo oposto, então muitas crianças que de outra forma não necessitariam de tratamento médico contínuo estariam sendo expostas a intervenções hormonais e cirúrgicas”, explica o relatório.

Nesse sentido, os autores de “Growing Pains” reafirmaram que nenhum estudo importante avaliou realmente o impacto da supressão da puberdade em pacientes com esta condição, incluindo aqueles que realinham o seu sexo com o seu sexo biológico, por isso a informação de que o tratamento é “reversível” está “baseada na especulação”.

Por sua parte, o pesquisador PhD, Ryan Anderson, aprovou a publicação de “Growing Pains”, afirmando que “a melhor biologia, psicologia e filosofia apoiam uma compreensão do sexo como uma realidade corporal e de gênero como uma manifestação social do sexo corporal”.

“A biologia não é uma intolerância e precisamos de uma avaliação sóbria e honesta dos custos humanos de erradicar a natureza humana. Este novo estudo no The New Atlantis deve fazer com que todos nos detenhamos antes de aprovar tratamentos médicos radicais em crianças”, concluiu. (Fonte ACI Digital

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