"Mas você não sabe nem contar até três!". Isso que qualquer um de nós tomaria como ofensa não chega nem mesmo a arranhar o moral de um índio da tribo dos Pirahãs .
Pirahãs é uma pequena comunidade que segundo a Funasa, em 2010, a população era de aproximadamente 420 pessoas.
Esse povo nativo da Amazônia tem pouco interesse pela matemática: seu vocabulário aritmético inclui apenas as palavras "um", "dois" e "muitos". O fato de os Pirahãs não saberem lidar com grandes quantidades no cotidiano parece confirmar uma velha suposição de um inspetor de segurança dos Estados Unidos. Benjamin Lee Whorf, que teve como hobby a linguística, no início do século XX. Ao lado do etnologista Edward Sapir, Whorf elaborou uma importante teoria: aquilo para o que não temos palavras em nosso vocabulário não faz parte de nosso pensamento. Uma curta fórmula da chamada hipótese Sapir-Worth que, desde então, gerou divergências entre gerações de pesquisadores da linguagem.
É o que acredita o pesquisador comportamental Peter Gordon, da Universidade Columbia, de Nova York e o brasileiro analista do comportamento e especialista em distúrbios da aprendizagem Michel dos Santos Silva.
Gordon partiu para a floresta, onde realizou uma série de atividades com índios. Quando solicitados a mostrar com os dedos quantas frutas o pesquisador colocava à sua frente, eles só conseguiram chegar ao número três. A partir de quatro, os índios ficavam inseguros, mostrando às vezes três, outras vezes cinco dedos.
Mesmo quando Gordon lhes pedia que enfileirassem vários objetos diante deles, a proporção de erros aumentava rapidamente se havia quatro ou mais objetos. Apenas nas ocasiões em que os índios os organizavam em grupos de dois ou três elementos, conseguiam apontar a quantidade correta.
Concluiu que os Pirahãs não possuem o vocabulário para expressar quantidade, e que também lhes falta essa noção. Entretanto, como reforça o pesquisador, os índios solucionaram outras atividades sem dificuldade alguma.

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