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terça-feira, 12 de junho de 2012

Como eliminar a Birra de meu filho?

 

     Vexame no shopping, filho dando tapas nos pais, choro por qualquer motivo, pais com a paciência esgotada, ataques descontrolados dos filhos, vergonha dos olhares alheios? Atire a primeira pedra quem nunca passou por isso com filhos maiores de 1 ano...Sabe quando a menor contrariedade vira uma catástrofe de proporções gigantescas (ainda mais na frente dos outros!)? Calma, você não é uma mãe horrível que está esgotada, nem a única que passa por isso! Então vamos discutir um pouco sobre esta questão da BIRRA e refletir os melhores caminhos para acabar com ela.
     No estudo dos comportamentos reflexos, percebemos que quando se muda o ambiente se modifica os comportamentos.       
     Dependendo do ambiente os comportamentos podem ser reforçados ou extintos, imagine um velório qualquer, o comportamento presente é o de chorar, o que torna o comportamento de rir improvável, não que em algum momento ninguém possa rir, mas o ambiente não reforça este comportamento, de modo que, em pouco tempo se extinguirá. Ou seja, o ambiente controlou o comportamento de rir. 
     Agora imagine um circo, o comportamento que é reforçado é o de rir, de modo que, o comportamento de chorar fica improvável, da mesma maneira que em um velório o comportamento de rir fica improvável.

     Tudo isso é uma questão de aprendizagem, levando uma criança para o contexto do velório devido a falta de maturidade suficiente para entender sobre a morte, pode ocorrer que a criança execute comportamentos como brincar, correr, pular, etc. Estes comportamentos são esperados, pois são comuns para as crianças, porém os pais normalmente não reforçam estes comportamentos no velório fazendo que as crianças aprendam que existem lugares corretos para brincar e que um velório não é um lugar apropriado para isso. Outra questão muito importante para a análise do comportamento é que se o comportamento não é reforçado ele tem uma tendência à extinção.
     Os pais de Albert (nome fictício) levam ele ao mercado e ele fica com vontade de comer salgadinho, os pais não compram, de modo que Albert começa a fazer birra, aqui fica a questão, como extinguir o comportamento de birra de Albert?
     Já se sabe que é não reforçando a birra, mas de que maneira?
     Os pais de Albert têm duas opções nesse momento, a primeira é reforçar a birra, como? Comprando o salgadinho, a birra é reforçada, pois Albert está aprendendo que quando quiser uma coisa basta fazer birra que será dado.
     É importante destacar que Albert está aprendendo a fazer birra, porém não tem percepção disso. Agora para eliminar a birra, os pais de Albert devem parar de dar atenção a birra dele, deixam ele espernear até cansar, então, quando o ataque de fúria dele já se instalou, deixam que ele jogue toda sua energia fora, até que canse! Só depois disso Albert conseguirá abrir os olhos, respirar e ouvir o que seus pais tem a dizer a ele! Mesmo assim, a atitude firme (e amorosa) pode suscitar em Albert raiva, a ponto de ele não perceber a diferença entre um tapa e uma brincadeira. As crianças precisam entender a conseqüência de seus atos ruins de forma amorosa, e aprender que não são os donos do mundo e mais, que devem se importar com os outros também, isso é básico para que se sintam incluídos de forma feliz na sociedade!
     Não reforçar a birra não tem nada a ver com punir, de modo que, basta deixar a birra acabar por si só, e assim a birra cessará. Quando se pune, ou seja, se os pais de Albert baterem nele, não eliminará a birra, pois Albert apenas aprenderá que com os pais não pode fazer birra mas se ele for ao mercado com a avó a birra voltará, ele aprenderá que com os pais não podem fazer birra, mas o comportamento não estará eliminado.
     A punição não elimina os comportamentos apenas diminui temporariamente as repetições. É por isso que pessoas ficam presas uma, duas, três vezes e não mudam, pois a punição de serem privados de liberdade, apenas diminui temporariamente novos comportamentos. 
Então se lembre das seguintes frases: 
  • Quando se muda o ambiente se modifica o comportamento.
  • Quando o comportamento não é reforçado ele tende a se extinguir.
  • A punição não elimina o comportamento, apenas diminui a probabilidade de novas ocorrências, o que elimina o comportamento é a extinção comportamental.

     Segundo Stimpson e Parker, do excelente livro Criando Filhos Felizes, há como evitar esses confrontos:

1. Deixe seu filho gastar sua energia física, brincando ao ar livre, correndo!

2. Evite cercar seu filho com "nãos" desnecessários, deixe que ele exercite sua autonomia (com segurança dos seus cuidados)

3. Distraia seu filho com coisas que ele gosta, deixe que participe do que você está fazendo;

4.Se uma encrenca começa a se armar, descubra logo o motivo dela enquanto a situação ainda está calma, para poder conversar com a criança;

5. Se isso não der certo, distaria-o com algo que você (certamente) vai estar carregando "na manga", como um brinquedinho ou um bloquinho e lápis de cor;

6. Regras e recados devem ser claros: ao invés de:"Que bagunça!", diga:"Quero ver quem consegue guardar isso mais rápido!" e você está junto dele!

7. Ensine seu filho a pedir, ao invés de exigir. Aquelas velhas palavrinhas podem ser ensinadas desde cedo, por favor e obrigada você ensina falando também!

8. Evite situações difíceis: se não quer comprar brinquedos, não passe em frente a loja desses com seu filho!

9. Cuide de você, descanse, peça ajuda: lidar com isso não é nada fácil, ainda mais quando se está esgotada!


Se não deu para evitar, o livro ainda ensina os seguintes passos:


1.Nossos filhos estão sentindo coisas e aprendendo a lidar com elas, se quem deveria ensinar o que fazer começar a gritar, é isso que ele aprenderá!

2. Em meio a berros, seu filho não escutará nada. Espere que ele pare de gritar (respire fundo muitas vezes!) e fale calmamente que ele é inteligente e pode se comportar de outra forma! (Fácil? Nananão! Exercício diário!)

3. Não ceda a exigências irracionais! Ceder significa: continue agindo assim, que você consegue o que quer!

4. Leve seu filho para um local calmo para que a platéia não perturbe ainda mais a você e a ele!

5. Reconheça e ACEITE os sentimentos de seus filhos, dessa forma estará demonstrando que não reprova as emoções dele, e sim o modo como está expressando!

6. Demonstre seus sentimentos com honestidade: se fingir estar calma e fervendo por dentro, eles perceberão! Diga a eles, com voz baixa, que está muito zangada e que não gosta disso. Tenha certeza que eles entendem muito mais isso do que uma mensagem conflitante;

7. Ignorar? Você saberá quando deve agir! Diga a ele que sabe que ele deve estar passando por um momento difícil, que você o ama e que essa não é uma forma bacana de agir, e depois não olhe mais até que ele se acalme!

8. Perceba se seu filho gosta de ser tocado ou não e o abrace se isso o fizer acalmar!

9. Quando tudo terminar, converse com ele, explicando o que ele sentiu e como deveria ser: "Você está zangado porque não pode correr agora, gritar não vai te ajudar a fazer o que quer, além de deixar a mamãe muito brava! Da próxima vez, tente dizer o que quer e vamos conversar!" Simples? Não! Vamos ter de repetir MUITAS vezes essa conversa! Se não for assim, ele não aprenderá que tem outra forma de agir.

10. Vale a máxima: "Não bato em você e você não bate em mim (ou em qualquer outra pessoa). Mas lembrem-se que as crianças tem heróis que batem, e que conseguir um brinquedo batendo é muito fácil! Eles só precisam aprender que podem fazer de outro jeito!

Destacamos aqui, a importância da busca de ajuda, caso você perceba atitudes irregulares, não perca tempo em procurar um psicólogo, que saberá atuar perante os comportamentos apresentados pelo seu filho. 

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