Antigamente, crianças que tinham dificuldade para ler e escrever eram difamadas como burras e preguiçosas. Atualmente, já deve ter-se espalhado a informação de que leitura e escrita debilitadas, ou dislexia, mal de que uma em cada dez crianças sofre, não têm nenhuma relação com pouca inteligência ou ausência de esforço. Hoje são conhecidas até mesmo as regiões cerebrais envolvidas em tais atividades: nos disléxicos algumas partes do hemisfério cerebral esquerdo- em especial o córtex têmporo-parietal- permanecem bastante inativas. É ali que as sequências de letras são traduzidas em unidades carregadas de sentido. Mas será que tal diagnóstico também vale para pessoas de outras regiões linguísticas- como os chineses, por exemplo?
Não, diz Wai Ting Siok. A psicóloga da Universidade de Hong Kong deu a 16 alunos chineses de cerca de 11 anos variados exercícios de leitura; oito eram disléxicos. Enquanto as crianças se debruçavam sobre os seus já conhecidos símbolos linguísticos, a pesquisadora mediu a atividade cerebral de cada um por meio de ressonância magnética funcional.
Constatou-se que o córtex têmporo-parietal estava normalmente ativo em todas as crianças, enquanto o giro frontal medial esquerdo era muito mais lento nos disléxicos. Nesta última região, supõe Siok, os símbolos gráficos são associados aos sons correspondentes.
A pesquisadora concluiu, portanto, que o processamento de som e significado dos caracteres chineses- ao contrário das escritas alfabéticas- acontece de forma totalmente independente. Sendo assim, problemas de dislexia em culturas diversas teriam causas distintas- e, portanto, não se poderia falar em um mecanismo universal.
O especialista em distúrbios de aprendizagem, Michel dos Santos Silva, destaca que "atualmente, na cultura ocidental está enraizada um caráter que coloca a dislexia, assim como qualquer outro transtorno, como um rótulo. A pessoa disléxica não é a 'dislexia encarnada', ela é muito mais do que uma característica específica. Com ou sem dislexia, qualquer pessoa tem habilidades e qualidades. Assim como existem centenas de milhares de tipos de personalidade, assim também, um disléxico é diferente do outro. Devemos aniquilar a cultura do rótulo, rotular qualquer pessoa como "incapaz", "burra", "problemática", etc, não contribui para o desenvolvimento dela, ao contrário. Todos os pais de uma pessoa disléxica devem saber que seu filho ou sua filha é capaz de aprender, mas aprende de uma forma própria e em sua própria velocidade, devem controlar a ansiedade do homem contemporâneo que quer resultado imediato. Mas do que resultado imediato, é mais importante o acompanhamento adequado com um ambiente que favoreça a aprendizagem dos filhos. Os pais devem propiciar um ambiente reforçador para os filhos, e saber que punição não vai fazer ele aprender melhor, o disléxico tem uma real dificuldade em aprender com a forma convencional, e não é sua escolha ter essa característica. Os pais que tem dúvidas sobre o diagnóstico de seus filhos devem procurar profissionais adequados, que sejam formados em distúrbios de aprendizagem e dislexia".
Fonte: Nature 431, 2004, pág.71)
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