Duas meninas, Amala (a esquerda) e
Kamala (a direita), foram descobertas em 1921, numa caverna da Índia, vivendo entre lobos.
Essas crianças, que na época tinham aproximadamente 4 e 8 anos de idade, foram
confiadas a um asilo e passaram a ser observadas por estudiosos. Amala, a mais
jovem, não resistiu a nova vida e logo morreu. A outra, porém, viveu cerca de 8
anos.
Ambas apresentavam hábitos
alimentares bastante diferentes dos nossos. Como fazem normalmente os animais,
elas cheiravam a comida antes de toca-la, dilacerando os alimentos com os
dentes e poucas vezes fazendo uso das mãos como instrumento para beber ou
comer. Possuíam aguda sensibilidade auditiva e o olfato bastante desenvolvido.
Locomoviam-se apoiadas nas mãos e nos pés, adotando a marcha quadrúpede. Kamala
não ficava a vontade na companhia das pessoas, preferindo a dos animais, que
não se espantavam quando ela se aproximava e pareciam até entendê-la. Temos então um caso que
mostra como indivíduos criados fora da convivência humana, em completo e
permanente isolamento social, dificilmente adotam hábitos humanos. Há absoluta
necessidade do grupo para que o comportamento humano ou outros comportamentos
se desenvolva.
Por quê?
Sociabilidade e Socialização
Reflita sobre este
pensamento de Aristóteles (384-322 A.C.):
“O homem é por natureza um
animal social”.
A vida em grupo é uma
exigência da natureza humana. O homem necessita de seus semelhantes para
sobreviver, perpetuar a espécie e também para se realizar plenamente como
pessoa.
A sociabilidade- capacidade
natural da espécie humana para viver em sociedade- desenvolver-se pelo processo
de socialização. Pela socialização o indivíduo se integra ao grupo em que
nasceu ou se localiza, assimilando o conjunto de hábitos e costumes
característicos daquele grupo.
Participando da vida em
sociedade, aprendendo suas normas, seus valores e costumes: o indivíduo está se
socializando. Quanto mais adequada a socialização do indivíduo, mais sociável
ele poderá se tornar.
Convívio Social isolamento e
atitudes
A história demonstra que o
convívio social foi e continua a ser decisivo para o desenvolvimento da
humanidade. No convívio social, o compartilhamento entre indivíduos se dá pelos
contatos sociais.
A ausência de contatos
sociais caracteriza o isolamento social.
Existem mecanismos que reforçam o isolamento social. Entre eles estão as atitudes de ordem social e as atitudes de ordem individual. As atitudes de ordem social envolvem os vários tipos de preconceitos (de cor, de religião, de sexo, etc.).
Existem mecanismos que reforçam o isolamento social. Entre eles estão as atitudes de ordem social e as atitudes de ordem individual. As atitudes de ordem social envolvem os vários tipos de preconceitos (de cor, de religião, de sexo, etc.).
Um exemplo histórico de
preconceito é o antissemitismo, voltado contra os judeus.
Tal atitude foi
especialmente violenta durante a idade média e também entre os anos de 1933 e
1945, nos países dominados pela ideologia nazista. A África do Sul é outro
exemplo de país onde por várias décadas imperou uma legislação que afastava do
convívio social com os brancos, a maior parte da população: era o Apartheid, que
a minoria branca impunha a maioria negra, relegando seus membros à condição de
cidadãos inferiores.
Este preconceito contra os
judeus prevalece de maneira ininterrupta nos dias atuais, onde sem perceber
dizemos, por exemplo:
“A polícia Judiou do
acusado”.
“O professor vai Judiar de
nós na prova”.
Uma atitude de ordem
individual que reforça um isolamento social é a timidez. O sociólogo Karl
Manheim considera que a timidez, o preconceito e a desconfiança podem levar o
individuo a um isolamento social parcial, semelhante ao ocasionado de modo
geral pelas deficiências físicas, quando os portadores são segregados dentro de
seu próprio grupo primário (familiares, vizinhos, escola).
Conclui-se com a reflexão de que realmente seria adequado modelar indivíduos acerca de nossos valores pessoais?
Na espera que a resposta seja negativa entende-se o motivo da pouca sobrevivência das "meninas lobo" que foram sujeitas a se adaptar ao padrão estabelecido pelos experimentadores.
Conclui-se com a reflexão de que realmente seria adequado modelar indivíduos acerca de nossos valores pessoais?
Na espera que a resposta seja negativa entende-se o motivo da pouca sobrevivência das "meninas lobo" que foram sujeitas a se adaptar ao padrão estabelecido pelos experimentadores.