Em um contexto histórico a cena de Jesus no Horto das Oliveiras demonstra o quanto a angústia pode atingir o homem com seu máximo sofrimento o levando até mesmo a suar sangue, segundo a ciência isso é possível em um episódio de profundidade e intensidade na angústia é possível suar sangue visto que o aumento da frequência cardíaca pode acelerar e dilatar as veiar tendo como resultado o suor em sangue.
A
angústia possui sintomas próprios como dispneia, tensão muscular, suor,
tremores e palpitações, por exemplo. A psicologia, em suas distintas
abordagens, possui visões diferentes a respeito do conceito de angústia.
Antes
de iniciar a discussão sobre o conceito de angústia nas diferentes abordagens
da psicologia, é necessário primeiramente o esclarecimento sobre o que
realmente é a angústia. Muitas pessoas confundem e rotulam erroneamente a
angústia com Síndrome do Pânico.
A Síndrome
do Pânico, bem como a fobia, tratam-se do medo em relação a um objeto
específico e, portanto, este objeto pode ser nomeado e falado.
De
modo distinto, a angústia é terrível para o sujeito na medida em que não é
causada nem direcionada a nenhum objeto específico, gira em torno de uma
ausência, de um vazio, de uma impossibilidade de dizer.
A
angústia seria uma resposta psíquica a corporal a uma experiência de desamparo,
frente a uma acumulação (excesso) de excitação que não pode ser descarregada
por outras vias, a não ser pela via corporal, e é exatamente esta
impossibilidade de reapresentação, a incapacidade de simbolização, ou a não
interpretação pela palavra, que ocasionam os sintomas corporais observados na
angústia.
Segundo
a psicanálise Freudiana a angústia é a reação-sinal da perda de um objeto,
perda do meio uterino no nascimento, perda da mãe, perda do amor do objeto e,
acima de tudo, a perda do pênis, ou castração.
Segundo
Lacan a angústia esta associada a falta de separação da mãe que, de modo oposto,
para Freud a angústia estaria na separação da mãe. Para Lacan ainda, a
castração está longe de ser a principal causa da angústia, como acreditava
Freud, a castração seria de fato aquilo que salvaria o sujeito da angústia.
Lacan
argumenta que o sofrimento da angústia é causado pela falta da falta, e não
pela repressão. Vive-se em uma sociedade onde a perda e a falta são
inaceitáveis, por isso busca-se novas aquisições a todo o tempo na esperança de
que estas aquisições deem conta da falta, do vazio angustiante.
Em
outra perspectiva temos as abordagens comportamentais e dentre elas a Análise
do Comportamento.
Para
a Análise do Comportamento, a predisposição para a ação é o resultado para as
emoções e não um estado do organismo (Skinner, 1953; Holland e Skinner, 1961).
Zamignani
e Banaco (2005) consideram que a ansiedade não se refere apenas a respostas
respondentes de taquicardia, sudorese, alteração da pressão sanguínea, etc.,
como também respostas de fuga e esquivas estão relacionadas e aumentam a
probabilidade e quando não reforçam os efeitos dos estímulos condicionais
cessam a emissão de outras respostas operantes.
Ou
seja, para um Analista do Comportamento, diferentemente de Psicanalistas,
Cognitivistas, Psicanalistas ou Humanistas, em uma visão própria. A ansiedade
não seria aquilo que ocorre dentro da pele do sujeito e nem a angústia, mas sim
toda a relação que envolve tanto a situação “ansiógena” ou “angustiante” quanto
as alterações no repertório do sujeito produzidas na situação.
A
angústia em um segundo momento pode se tornar patologia, ou seja, doença, de
modo que o problema surge quando a reação que se estabelece com objetos como:
álcool, drogas, comida, trabalho ou sexo, é marcada pelo excesso, e é
justamente esse excesso descarregado nestes objetos que podem se tornar
transtornos como: Anorexia Nervosa, Bulimia, Vigorexia, Depressão, Dependência
Química com álcool ou drogas que tem como base primeira a angústia, por isso é
fundamental no Tratamento destes Transtornos a psicoterapia que tem como base
trabalhar as causas do sofrimento primário e não os reflexos desta causa, por
isso, muitos Transtornos como os relatados acima, tem como fundamento a angústia.
Devem ser tratados com a percepção do excesso como também a relação em não
saber lidar com a falta e a perda.
Um
erro que pode ocorrer no tratamento da angústia poderia ser optar apenas por
tratamento apenas com base de medicamentos, pois isso poderia alterar o padrão
respondente, e isso não seria um meio de ensino de desempenho operante de
enfrentamento, como também não aumentaria a efetividade de outros estímulos
como reforçadores positivos.
No
tratamento psicológico os pacientes tem a possibilidade de trabalhar as regras
que o condicionam na vida a permanecer na angústia, com isso, o Analista deve
olhar para a angústia, como para qualquer outra emoção, como um fenômeno comportamental
complexo, e também, avaliar as alterações comportamentais envolvidas no
episódio emocional para, programar intervenções clínicas que modifiquem toda a
relação organismo-ambiente característica do episódio emocional e, durante o
processo terapêutico, o paciente obtém ferramentas que proporcionam um melhor
enfrentamento de sua angústia de modo que tenha uma vida psíquica saudável.